Cortes de gastos na Saúde são "morte do
SUS", diz ex-ministro
·
Eduardo
Anizelli/Folhapress
O ministro da Saúde, Ricardo Barros
O governo interino de Michel Temer apresentou
propostas que podem provocar mudanças na vida dos brasileiros. Na Saúde, a
proposta de limitar gastos obrigatórios representa um impacto direto no SUS
(Sistema Único de Saúde). O ministro escolhido para a pasta, Ricardo Barros,
não tem experiência na área e, até agora, focou suas falas apenas em cortes e
gestão do dinheiro.
Da forma como a Constituição está hoje, o Governo
Federal tem que aplicar no mínimo 13,2% de sua receita líquida em Saúde. Com a
PEC (Proposta de Emenda Constitucional) sugerida pelo governo, a Saúde deixaria
de ter uma garantia de percentual de receita obrigatória. A União cumpriria um
valor mínimo --que ainda não foi especificado-- que seria corrigido anualmente
pela inflação.
Como está
proposto, inviabiliza o funcionamento do programa. Ou seja, a morte do
SUS" Ex-ministro
da Saúde, Arthur Chioro
Segundo Chioro, que chefiou a pasta entre 2014 e
2015, os cortes girariam em torno de R$ 44 bilhões a R$ 65 bilhões a menos para
o SUS a partir do próximo ano. "[Assim], não é possível manter programas
básicos, como a atenção básica, vacinas, sangue, medicamentos, controle de
doenças, SAMU, Santas Casas, UTI", diz.
Elza
Fiuza/Agência Brasil
Ex-ministro
Arthur Chioro diz que cortes nos gastos é "morte do SUS"
Para José Gomes Temporão, ministro da Saúde entre
2007 e 2010, não se trata apenas da morte do sistema, mas de colocar a
população em risco. "Com o corte de recursos o governo teria que dizer
quantas pessoas vão morrer. Não estamos falando de números e sim de vidas. Sem
dinheiro, o tempo para conseguir uma cirurgia, ou mesmo o tratamento para
câncer vai aumentar."
Além da PEC, em entrevista ao jornal Folha de S.
Paulo, Barros afirmou que o país não conseguirá mais sustentar os direitos que a
Constituição garante, como o acesso universal à saúde. Após repercussões
negativas, tanto Barros quanto Temerdisseram que a área não seria afetada
neste momento.
Saúde é
importante para o país crescer
Para a pesquisadora da Fiocruz, Isabela Soares
Santos, reduzir o investimento em saúde pode agravar os problemas financeiros
do país. "Sociedades que investem em saúde conseguem sair da crise melhor
que as que não investem. O principal foco neste momento deveria ser ir contra a
PEC porque isso vai deixar o ministério com menos recursos. Na crise, as
pessoas precisam ainda mais de saúde pública. Sem emprego, as pessoas não pagam
convênios. E sem saúde não trabalham para melhorar a economia", diz a
pesquisadora.
Temporão diz que uma saída para ter mais dinheiro
para a Saúde sem aumento de impostos para toda a população seria sobretaxar
produtos que causam doenças como refrigerantes e cigarros.
Deveríamos
ter impostos sobre refrigerante e fast-food. Tais produtos levam a
problemas de saúde, então faz sentido esse recurso voltar à população"Ex-ministro José Gomes Temporão
Hoje são R$ 118 bilhões previstos no orçamento
de 2016 para a Saúde, e, destes, R$ 5,5 bilhões estão contingenciados, ou
seja, não estão disponíveis. Com isso, programas como o Farmácia Popular, o
Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), e as UPAs (Unidades de Pronto
Atendimento) só têm recursos para funcionar até agosto. As UPAs são custeadas
com 50% de recursos do Governo Federal, 25% do Estado e os outros 25% de
responsabilidade das prefeituras, que administram as unidades. O
ministério diz que está decidindo junto com a equipe econômica como
recompor o orçamento.
ISAGS
Ex-ministro
Temporão defende taxar refrigerantes e fast food para ter mais dinheiro para a
saúde
Prioridades
Com a redução do orçamento, os especialistas
afirmam que o maior investimento deve ser direcionado ao Programa Saúde da
Família. As equipes do programa são responsáveis pelo atendimento primário,
como exames e consultas, além da troca de curativos e outros procedimentos
simples, é feito nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) ou Postos de Saúde.
Formadas por médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagem e agente de saúde,
também são responsáveis pelas campanhas de vacinação e pelo acompanhamento de
doenças como diabetes e hipertensão.
Melhorar
o SUS de um dia para o outro é impossível. O ideal é investir na saúde da
família" Miguel
Srougi, urologista e professor da USP
Segundo Srougi, o ideal é ter uma equipe para levar
a prevenção nos bairros para tratar as doenças mais simples. "O governo
anterior não se interessou por ele, o ideal é o que o novo focasse nisso.
Existem lugares muito carentes onde as pessoas não conseguem sair de onde
estão. Por que não parar de fingir que destina valores e ser honesto no tratamento
das famílias?", questiona.
Cotado para o Ministério da Saúde do governo
interino de Temer, Srougi diz que não aceitou o cargo por não se achar
preparado. "O Ministério da Saúde precisa ser gerido por um economista.
Enquanto não houver uma gestão competente, o ministério não vai andar para
frente." No entanto, o médico criticou a escolha de Ricardo Barros, por
não ter experiência na área de saúde. "Ele deu uma olhada no SUS, viu que
o programa estava devastado e deu uma opinião. O SUS é um tremendo sistema de
Saúde", afirma.
Moacyr Lopes
Junior/Folhapress - 27.02.2009
Miguel
Srougi, cotado para o ministério, diz que Saúde precisa de um economista que
entenda da área
Para se ter uma ideia, outros
dois programas importantes para a saúde do brasileiro também estão no SUS: o
Mais Médicos e o combate à zika e aoAedes aegypti. Mas as campanhas de controle da dengue e de doenças
transmissíveis estão sem liderança. Segundo o ministério, os
programas continuam em andamento com a equipe técnica.
O programa Mais Médicos é motivo de discórdia desde sua
implantação. São 64 milhões de brasileiros atendidos por 11.429
estrangeiros, 1.537 profissionais formados no exterior e 5.274 brasileiros. O
novo governo já afirmou que quer dar mais espaço para brasileiros no programa,
o que já vinha sendo feito nas últimas chamadas do governo Dilma Rousseff.
Para Srougi, melhorar as condições de atendimento
nos locais mais carentes, com enfermeiras e materiais são mais importantes do
que o programa de incentivo de envio médico. O governo diz que, em parceria com
os municípios, está garantindo recursos para auxílio na expansão e qualificação
da rede de saúde.
Já as epidemias ligadas ao mosquito devem ser parte
das prioridades dos investimentos do novo governo, dizem os
especialistas. Chioro afirma que é preciso organizar as ações dos
municípios, Estado e União para que elas sejam feitas de maneira integrada.
A única
forma de controle dessas epidemias é o controle do mosquito. O que mais falta é
maior integração entre os diversos serviços de saúde"Edison Bueno, professor de
saúde coletiva da Unicamp
Para onde
vai o dinheiro?
Outro problema apontado pelos especialistas é que o
ministério gasta muito dinheiro onde "não deveria". Em 2014, a Saúde
gastou quase R$ 1 bilhão no pagamento de medicamentos, tratamentos, cirurgias e
equipamentos garantidos judicialmente. Para obter um comparativo, os recursos
destinados ao edital para pesquisas que contribuam na prevenção, no diagnóstico
e no tratamento de infecções causadas pelo vírus da zika são de R$ 65 milhões
--equivalente a 6% do judicializado--, sendo que os valores são custeados com
uma divisão entre as pastas de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Ministério
da Educação.
Dos gastos com demandas judiciais, R$ 257,9 milhões
foram usados para a compra de apenas 11 tipos de remédios não registrados na
Anvisa, uma medida criticada pelos médicos. Segundo o professor de infectologia
da USP (Universidade de São Paulo) e coordenador de Controle de Doenças da
Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Marcos Boulos, o judiciário precisa
aceitar assessoria especializada antes de tomar decisões relacionadas a Saúde.
"Não é incomum, indivíduos geralmente com
condições financeiras buscarem salvaguarda jurídica quando os medicamentos que
desejam não estão disponíveis. Isso é decidido pelo judiciário, sem avaliar se
existe um similar, se existe comprovação da eficácia, se o medicamento foi
aprovado etc. Quando o produto é caro, os recursos são desviados de outros
programas onerando ainda mais a sociedade", diz.
Isso porque essas ações usam o direito universal
proposto na Constituição para conseguir tais remédios ou tratamentos caros, mas
acabam por "retirar" o direito, pela falta de verba, de outros,
principalmente da população carente, que recorrem ao SUS para o tratamento
básico de saúde.
Os planos de Saúde também oneram o sistema: o SUS
pede mais de R$ 4,2 bilhões de ressarcimento porque há uma lei que garante que
atendimentos feitos a usuários de planos de saúde em hospitais públicos ou
privados devem ser pagos pelas operadoras contratadas, desde que o serviço
esteja previsto no contrato do beneficiário. Além disso, um estudo do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada mostra que 30,5% dos gastos na área de saúde representam renúncia
de arrecadação de impostos, de empresas ou as deduções feitas no
imposto de renda de pessoa física.
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Eduardo
Anizelli/Folhapress
O ministro da Saúde, Ricardo Barros
O governo interino de Michel Temer apresentou
propostas que podem provocar mudanças na vida dos brasileiros. Na Saúde, a
proposta de limitar gastos obrigatórios representa um impacto direto no SUS
(Sistema Único de Saúde). O ministro escolhido para a pasta, Ricardo Barros,
não tem experiência na área e, até agora, focou suas falas apenas em cortes e
gestão do dinheiro.
Da forma como a Constituição está hoje, o Governo
Federal tem que aplicar no mínimo 13,2% de sua receita líquida em Saúde. Com a
PEC (Proposta de Emenda Constitucional) sugerida pelo governo, a Saúde deixaria
de ter uma garantia de percentual de receita obrigatória. A União cumpriria um
valor mínimo --que ainda não foi especificado-- que seria corrigido anualmente
pela inflação.
Como está
proposto, inviabiliza o funcionamento do programa. Ou seja, a morte do
SUS" Ex-ministro
da Saúde, Arthur Chioro
Segundo Chioro, que chefiou a pasta entre 2014 e
2015, os cortes girariam em torno de R$ 44 bilhões a R$ 65 bilhões a menos para
o SUS a partir do próximo ano. "[Assim], não é possível manter programas
básicos, como a atenção básica, vacinas, sangue, medicamentos, controle de
doenças, SAMU, Santas Casas, UTI", diz.
Elza
Fiuza/Agência Brasil
Ex-ministro
Arthur Chioro diz que cortes nos gastos é "morte do SUS"
Para José Gomes Temporão, ministro da Saúde entre
2007 e 2010, não se trata apenas da morte do sistema, mas de colocar a
população em risco. "Com o corte de recursos o governo teria que dizer
quantas pessoas vão morrer. Não estamos falando de números e sim de vidas. Sem
dinheiro, o tempo para conseguir uma cirurgia, ou mesmo o tratamento para
câncer vai aumentar."
Além da PEC, em entrevista ao jornal Folha de S.
Paulo, Barros afirmou que o país não conseguirá mais sustentar os direitos que a
Constituição garante, como o acesso universal à saúde. Após repercussões
negativas, tanto Barros quanto Temerdisseram que a área não seria afetada
neste momento.
Saúde é
importante para o país crescer
Para a pesquisadora da Fiocruz, Isabela Soares
Santos, reduzir o investimento em saúde pode agravar os problemas financeiros
do país. "Sociedades que investem em saúde conseguem sair da crise melhor
que as que não investem. O principal foco neste momento deveria ser ir contra a
PEC porque isso vai deixar o ministério com menos recursos. Na crise, as
pessoas precisam ainda mais de saúde pública. Sem emprego, as pessoas não pagam
convênios. E sem saúde não trabalham para melhorar a economia", diz a
pesquisadora.
Temporão diz que uma saída para ter mais dinheiro
para a Saúde sem aumento de impostos para toda a população seria sobretaxar
produtos que causam doenças como refrigerantes e cigarros.
Deveríamos
ter impostos sobre refrigerante e fast-food. Tais produtos levam a
problemas de saúde, então faz sentido esse recurso voltar à população"Ex-ministro José Gomes Temporão
Hoje são R$ 118 bilhões previstos no orçamento
de 2016 para a Saúde, e, destes, R$ 5,5 bilhões estão contingenciados, ou
seja, não estão disponíveis. Com isso, programas como o Farmácia Popular, o
Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), e as UPAs (Unidades de Pronto
Atendimento) só têm recursos para funcionar até agosto. As UPAs são custeadas
com 50% de recursos do Governo Federal, 25% do Estado e os outros 25% de
responsabilidade das prefeituras, que administram as unidades. O
ministério diz que está decidindo junto com a equipe econômica como
recompor o orçamento.
ISAGS
Ex-ministro
Temporão defende taxar refrigerantes e fast food para ter mais dinheiro para a
saúde
Prioridades
Com a redução do orçamento, os especialistas
afirmam que o maior investimento deve ser direcionado ao Programa Saúde da
Família. As equipes do programa são responsáveis pelo atendimento primário,
como exames e consultas, além da troca de curativos e outros procedimentos
simples, é feito nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) ou Postos de Saúde.
Formadas por médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagem e agente de saúde,
também são responsáveis pelas campanhas de vacinação e pelo acompanhamento de
doenças como diabetes e hipertensão.
Melhorar
o SUS de um dia para o outro é impossível. O ideal é investir na saúde da
família" Miguel
Srougi, urologista e professor da USP
Segundo Srougi, o ideal é ter uma equipe para levar
a prevenção nos bairros para tratar as doenças mais simples. "O governo
anterior não se interessou por ele, o ideal é o que o novo focasse nisso.
Existem lugares muito carentes onde as pessoas não conseguem sair de onde
estão. Por que não parar de fingir que destina valores e ser honesto no tratamento
das famílias?", questiona.
Cotado para o Ministério da Saúde do governo
interino de Temer, Srougi diz que não aceitou o cargo por não se achar
preparado. "O Ministério da Saúde precisa ser gerido por um economista.
Enquanto não houver uma gestão competente, o ministério não vai andar para
frente." No entanto, o médico criticou a escolha de Ricardo Barros, por
não ter experiência na área de saúde. "Ele deu uma olhada no SUS, viu que
o programa estava devastado e deu uma opinião. O SUS é um tremendo sistema de
Saúde", afirma.
Moacyr Lopes
Junior/Folhapress - 27.02.2009
Miguel
Srougi, cotado para o ministério, diz que Saúde precisa de um economista que
entenda da área
Para se ter uma ideia, outros
dois programas importantes para a saúde do brasileiro também estão no SUS: o
Mais Médicos e o combate à zika e aoAedes aegypti. Mas as campanhas de controle da dengue e de doenças
transmissíveis estão sem liderança. Segundo o ministério, os
programas continuam em andamento com a equipe técnica.
O programa Mais Médicos é motivo de discórdia desde sua
implantação. São 64 milhões de brasileiros atendidos por 11.429
estrangeiros, 1.537 profissionais formados no exterior e 5.274 brasileiros. O
novo governo já afirmou que quer dar mais espaço para brasileiros no programa,
o que já vinha sendo feito nas últimas chamadas do governo Dilma Rousseff.
Para Srougi, melhorar as condições de atendimento
nos locais mais carentes, com enfermeiras e materiais são mais importantes do
que o programa de incentivo de envio médico. O governo diz que, em parceria com
os municípios, está garantindo recursos para auxílio na expansão e qualificação
da rede de saúde.
Já as epidemias ligadas ao mosquito devem ser parte
das prioridades dos investimentos do novo governo, dizem os
especialistas. Chioro afirma que é preciso organizar as ações dos
municípios, Estado e União para que elas sejam feitas de maneira integrada.
A única
forma de controle dessas epidemias é o controle do mosquito. O que mais falta é
maior integração entre os diversos serviços de saúde"Edison Bueno, professor de
saúde coletiva da Unicamp
Para onde
vai o dinheiro?
Outro problema apontado pelos especialistas é que o
ministério gasta muito dinheiro onde "não deveria". Em 2014, a Saúde
gastou quase R$ 1 bilhão no pagamento de medicamentos, tratamentos, cirurgias e
equipamentos garantidos judicialmente. Para obter um comparativo, os recursos
destinados ao edital para pesquisas que contribuam na prevenção, no diagnóstico
e no tratamento de infecções causadas pelo vírus da zika são de R$ 65 milhões
--equivalente a 6% do judicializado--, sendo que os valores são custeados com
uma divisão entre as pastas de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Ministério
da Educação.
Dos gastos com demandas judiciais, R$ 257,9 milhões
foram usados para a compra de apenas 11 tipos de remédios não registrados na
Anvisa, uma medida criticada pelos médicos. Segundo o professor de infectologia
da USP (Universidade de São Paulo) e coordenador de Controle de Doenças da
Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Marcos Boulos, o judiciário precisa
aceitar assessoria especializada antes de tomar decisões relacionadas a Saúde.
"Não é incomum, indivíduos geralmente com
condições financeiras buscarem salvaguarda jurídica quando os medicamentos que
desejam não estão disponíveis. Isso é decidido pelo judiciário, sem avaliar se
existe um similar, se existe comprovação da eficácia, se o medicamento foi
aprovado etc. Quando o produto é caro, os recursos são desviados de outros
programas onerando ainda mais a sociedade", diz.
Isso porque essas ações usam o direito universal
proposto na Constituição para conseguir tais remédios ou tratamentos caros, mas
acabam por "retirar" o direito, pela falta de verba, de outros,
principalmente da população carente, que recorrem ao SUS para o tratamento
básico de saúde.
Os planos de Saúde também oneram o sistema: o SUS
pede mais de R$ 4,2 bilhões de ressarcimento porque há uma lei que garante que
atendimentos feitos a usuários de planos de saúde em hospitais públicos ou
privados devem ser pagos pelas operadoras contratadas, desde que o serviço
esteja previsto no contrato do beneficiário. Além disso, um estudo do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada mostra que 30,5% dos gastos na área de saúde representam renúncia
de arrecadação de impostos, de empresas ou as deduções feitas no
imposto de renda de pessoa física.

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