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APRESENTAÇÃO OFICINA DE PLANEJAMENTO P.M. 2018-21 - PROFª ELIZABETHE CRISTINA DSC/UFRN - 05/09/2017

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE NATAL/RN OFICINA PARA ELABORAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE Natal, 05 de setembro de 2017 Plano Municipal de Saúde 2018-2021: um novo olhar sobre o planejamento como ferramenta para fortalecer o SUS em Natal/RN.

Elizabethe Cristina Fagundes de Souza
Professora do Departamento de Saúde Coletiva Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Breve contextualização histórica da construção do Sistema Único de Saúde.
Retrocessos, avanços e conquistas no direito à saúde e no acesso universal ao Sistema de Serviços de Saúde.
Desafios para assegurar direitos em tempos de perdas de direitos de cidadania.

Ditadura Militar desde o Golpe de 1964 – supressão de direitos políticos e civis com forte repressão policial/militar
Contexto de precárias condições de saúde e de vida da maioria da população.
Desigualdades sociais evidentes – Concentração da riqueza – Censura, manipulação ideológica, repressão violenta aos movimentos sociais e lideranças de esquerda.
Repercussões das precárias condições de vida, do aumento da pobreza e miséria, desemprego e baixos salários nas situação de saúde.
Resistência de movimentos sociais e luta pela redemocratização no país.
Insatisfação popular incontida – políticas sociais compensatórias para populações específicas.

Movimento pela Reforma Sanitária Brasileira.
VIII Conferência Nacional de Saúde.
Saúde como direito de cidadania e dever do Estado , Acesso Universal ações e serviços de saúde, Financiamento do setor
Congresso Constituinte - Constituição Federal de 1988 – “Constituição Cidadã” – Capítulo da Seguridade Social (Secção Saúde).
Lei Orgânica de Saúde – eixo norteador do SUS.

Conceito ampliado de saúde
Saúde como direito de cidadania e dever do Estado
Acesso universal
Equidade
Integralidade
Assistência hierarquizada e gestão descentralizada
Controle e participação social

SUS QUE NÃO DÁ CERTO!
SUS que aparece na mídia manipuladora.
SUS que desvia verbas públicas.
SUS das filas intermináveis.
SUS com pagamento “por fora”.
Baixa remuneração dos trabalhadores.
Precarização do trabalho e do emprego.
SUS QUE DÁ CERTO!
Construção cotidiana por trabalhadores, gestores e usuários - Movimento susista.
O SUS que erradica doenças.
O SUS que amplia acesso a ações e serviços - 80 milhões de usuários antes à margem dos sistemas de saúde no Brasil.
O SUS que garante direitos.
O SUS que acolhe e resolve casos simples e casos complexos.
O SUS que inova em práticas de atenção e de gestão.
SUS que promove a participação social.

O direito à saúde compreendido como conquista de cidadania, valor social e humano - apelo ético do SUS.
Ampliação de acesso a serviços de saúde.
Reconhecimento do direito humano à saúde quanto à universalidade da atenção e às particularidades de atenção a populações específicas (mulheres, população negra, povos tradicionais, indígenas, LGBT, pessoas em privação de liberdade, entre outras)
Expansão da ESF e construção de Redes de atenção (municípios e regiões) no território nacional.

Reorganização de processos de trabalho em saúde.
 Ampliação da quantidade de trabalhadores da saúde.
Desenvolvimento científico e tecnológico – insumos e medicamentos.
Desenvolvimento de inovação de sistemas de informação e de gestão.
Instâncias de participação social.
Planejamento local e ascendente.
Programas de excelência com reconhecimento internacional (por ex. DST/AIDS, Vacinas, Transplantes).
Inclusão do acesso a ações e serviços antes não disponíveis ou restritos como Saúde Bucal e PICS.
Programa Mais Médicos para o Brasil

Saúde como direito em resposta a uma necessidade social e humana – usuário cidadão de direitos.
Saúde como bem de consumo em resposta às necessidades do mercado – usuário consumidor de mercadorias.
Como buscar o diálogo possível para sairmos das polarizações e efetivarmos o preceito constitucional do direito à saúde e o cumprimento do dever do Estado, mediando interesses tão díspares?

Golpe parlamentar-jurídico-midiático – Retrocesso na Democracia (voto popular e CF1988 desrespeitados )
Ameaça de direitos sociais e trabalhistas (PEC 55 - redução de investimentos em políticas sociais – saúde, educação, etc; Terceirização irrestrita; Reforma da Previdência e outras medidas em curso)
Fragilização da Constituição Cidadã e toda a regulamentação do SUS (letra da lei rasgada).
Crise econômica é a justificativa para retirar deveres do Estado e direitos do cidadão. Recuo do Estado de Bem de Estar Social para dar a vez e o lugar ao Mercado!

O que fazer diante de cenário de perdas de direitos conquistados?

Desafios para resistir ao desmonte do SUS e à perda de direitos sociais:
•Assumir a defesa do SUS público e de qualidade em todos os movimentos que defendem a democracia e a manutenção de direitos conquistados. Assumir a palavra de ordem da Reforma Sanitária “Saúde é Democracia!”
•Reconhecer e valorizar o aprendizado e as conquistas acumuladas nos 29 anos de SUS. Aprender também com as omissões e os erros. O SUS é patrimônio nacional!
•Reconhecer que a técnica é indissociável da política – o SUS se constrói no cotidiano das disputas micropolíticas e macropolíticas.
Desafios para resistir ao desmonte do SUS e à perda de direitos sociais:
Valorizar os espaços e práticas de participação construídos ao longo dos 29 anos de SUS – na gestão e na atenção.
Unir forças de resistência entre trabalhadores, gestores e usuários em defesa da atenção primária ameaçada pela atual revisão da PNAB e pelo financiamento do SUS para assegurar a integralidade da atenção.
Unir forças pelo fortalecimento dos espaços de construção coletiva e decisão democrática (Conselhos locais, Colegiados de gestão, Conselhos de saúde, Planejamento participativo, Rodas de educação permanente, conferências, etc).
Construir uma pauta comum de luta e resistência que agregue gestores, usuários e trabalhadores em defesa do SUS, superando interesses corporativos na defesa intransigente de nenhum direito a menos e nenhum retrocesso naquilo que conquistamos.

A defesa efetiva do SUS exige práticas democráticas, participativas e de constituição de coletivos - o reconhecimento da ação dos sujeitos envolvidos (trabalhadores, usuários e gestores).
Souza, 2011 (VI CMS Natal)

“O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem”.
(Guimarães Rosa)

Souza, Elizabethe C F. A gestão do SUS. Mesa de debates. VI Conferência Municipal de Saúde de Natal. Natal, 6 de julho de 2011.(apresentação ppt).
Souza, Elizabethe C.F. Saúde. Painel temático. Seminário : A UFRN e as eleições 2010 do RN: desafios e perspectivas para o próximo governo. Natal, PROEX/UFRN, 17 de setembro de 2010. (apresentação ppt).
Obs.: Todas as imagens usadas nesta apresentação foram capturadas de sites disponíveis na Internet. Acesso realizado no dia 04.09.2017.

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